3 cidades brasileiras que apostaram no planejamento urbano antes de virar tendência

A Organização das Nações Unidas (ONU) prevê que até 68% da população mundial viverá em centros urbanos em 2050. Com quase dois terços dos habitantes do planeta morando em cidades, o planejamento será fundamental para garantir a qualidade de vida e o bem-estar de todos.

3 cidades brasileiras que apostaram no planejamento urbano antes de virar tendência

À frente de seu tempo, algumas cidades brasileiras já apostavam há décadas no modelo de planejamento urbanístico tão em voga atualmente. Focadas em uma arquitetura organizada, essas localidades geralmente favorecem o contato com a natureza por meio de seus diversos parques, e a mobilidade urbana, com um projeto urbanístico que visa facilitar o dia a dia das pessoas. As cidades que investem no planejamento urbano impulsionam outros elementos fundamentais para uma vida mais sustentável, como melhoria no saneamento básico, prevenção de problemas ambientais, redução da desigualdade social e da violência, e maior facilidade para lazer e entretenimento.

Conheça a seguir 3 cidades brasileiras pioneiras no modelo urbanístico:

Maringá


Fundada em 1947, a cidade do interior paranaense nasceu no auge da cultura do café na região. Ela foi idealizada pelo arquiteto e urbanista paulista Jorge de Macedo Vieira e inspirada nos ideais modernistas de “cidade-jardim”. A cidade foi fundada pela Companhia de Terras Norte do Paraná e traz ruas amplas, e avenidas e praças que respeitam as características topográficas do terreno. Ele seguiu as tendências modernas, separando a cidade em áreas de acordo com o uso: residenciais, comerciais e industriais.

O projeto também previu uma avenida que cruzasse a cidade de ponta a ponta. Chamada de Avenida Brasil, a via tem 7,4 km de extensão. A preocupação com o meio ambiente e a qualidade de vida da população local deu origem a dois grandes “pulmões verdes”: o Parque do Ingá e o Parque dos Pioneiros. O projeto urbanístico deu certo, já que, até hoje, Maringá é uma das cidades mais arborizadas, sustentáveis, limpas e com os melhores indicadores de qualidade de vida do país.


Boa Vista


Fundada no século 19, a capital de Roraima não surgiu inicialmente de forma planejada, mas, na década de 1940, passou por uma grande remodelação para se transformar em uma “cidade-jardim” ao estilo de Paris, na França. O seu traçado foi projetado pelo engenheiro civil Darcy Aleixo Derenusson em formato de leque. As principais avenidas da cidade convergem para o Centro Cívico, onde estão a Assembleia Legislativa, o Tribunal de Justiça e o Palácio do Governo do Estado.



Uma das principais semelhanças com a capital francesa é a relação entre a largura da rua e a altura dos edifícios, o que torna a cidade mais ventilada ao barrar a construção de edifícios muito altos em ruas estreitas. Incentivando os esportes e as atividades ao ar livre, a cidade ganhou diversos campos e quadras. Com planos de durar por 25 anos, o planejamento feito em Boa Vista deveria ter sido renovado, o que acabou não acontecendo. Apesar disso, seu primeiro projeto urbanístico foi o único do país a ser cumprido integralmente.


Belo Horizonte


A capital mineira começou a ser planejada em 1893 e foi entregue em 1897. Ela surgiu na época da Proclamação da República em 1889, quando o Estado reivindicou uma nova capital mais moderna do que Ouro Preto, que à época se chamava Vila Rica. A cidade colonial e barroca não condizia mais com a importância econômica e cultural que Minas Gerais tinha no auge da exploração do ouro. O engenheiro urbanista paraense Aarão Reis foi o responsável pelo projeto de inspiração francesa, que incorporava os ideais de Georges Eugéne Haussman, prefeito de Paris que remodelou a capital da França no final do século 19.


O projeto urbanístico de BH focou na criação de boulevards espalhados pela cidade, em avenidas em diagonal e em quarteirões de dimensões regulares. Outro ponto foi a divisão da cidade em três zonas com diferentes funções. Na área urbana ficaram concentrados a administração, os serviços, o comércio e as moradias urbanas. Na faixa suburbana um misto entre moradias urbanas e chácaras. E, na região rural, uma área verde para o abastecimento de alimentos da cidade. Hoje, BH é uma das maiores metrópoles brasileiras, mas ainda conserva a sua excelente qualidade de vida.

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