Conheça 3 projetos que respeitam os recursos naturais e são reconhecidos como construções sustentáveis

Jaime Lerner, arquiteto e urbanista curitibano, já dizia: “Se o progresso como um todo, na cidade ou no campo, não corresponde às aspirações humanas globais, não será o caso de reduzir o ritmo? É uma questão para reflexão.”

Conheça 3 projetos que respeitam os recursos naturais e são reconhecidos como construções sustentáveis

Por ocasião do Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em 5 de junho, a data estabelecida em 1972, pela Organização das Nações Unidas (ONU), foi criada com o objetivo de trazer, anualmente, reflexões sobre o futuro do planeta e o que se pode fazer para mitigar – ou amenizar – as consequências das mudanças climáticas decorrentes das emissões de CO2 na atmosfera, que contribuem para aumentar o efeito estufa.

Segundo o Relatório de Situação Global 2020 para Edifícios e Construção, elaborado pela agência ambiental da ONU, a indústria da construção civil é responsável por 38% das emissões globais de CO2. E, pensando em como minimizar o impacto ambiental desde a concepção do projeto, sendo norteados por princípios que preveem a conciliação entre o desenvolvimento socioeconômico, arquitetos e urbanistas estão cada vez mais atentos e proativos no desenvolvimento de projetos que façam a diferente e deixem legados no que diz respeito à sustentabilidade.

Estas questões estão, inclusive, no Código de Ética e Disciplina do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), que especifica que “o arquiteto e urbanista deve defender o interesse público e respeitar o teor das leis que regem o exercício profissional, considerando as consequências de suas atividades segundo os princípios de sustentabilidade socioambiental, e contribuindo para a boa qualidade das cidades, das edificações e sua inserção harmoniosa na circunvizinhança, e do ordenamento territorial, em respeito às paisagens naturais, rurais e urbanas”. 

Iniciativas de destaque

Alguns projetos brasileiros se destacam no quesito sustentabilidade, demarcando o envolvimento de arquitetos e urbanistas em ações que respeitam os recursos naturais.

Um dos mais emblemáticos é o Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS), em Cuiabá (MT), do arquiteto e urbanista José Afonso Botura Portocarrero, que venceu o prêmio BREEAM Awards, em 2018, como o melhor edifício sustentável das Américas. A condecoração é concedida pela mais antiga empresa certificadora de construções sustentáveis no mundo, sediada em Londres. Inspirado nas ocas indígenas, o edifício se destaca pelo conforto térmico e pela iluminação natural. Sua cobertura em duas cascas possibilita o resfriamento interno do prédio e a captação de água da chuva para uso na irrigação do jardim, nos banheiros e na lavagem de pisos.

Foto: Assessoria Sebrae/MT - Daniel Pettengil

Também em 2018, o projeto Aldeia das Crianças, uma escola rural localizada na fazenda Canuanã, em Formoso do Araguaia, no Tocantins, venceu o Prêmio do Royal Institute of British Architects (RIBA) como melhor obra do mundo. Idealizada pelo escritório Aleph Zero em parceria com o estúdio Rosenbaum, é outro exemplo de obra sustentável com referência indígena. 

Foto IG Notícias Aldeia Das Crianças TO

Para amenizar o calor na região, que pode chegar aos 40°C, o edifício foi projetado com grandes pátios com redes, flores e plantas. Isso facilita a circulação de ar, refrescando a parte interna da escola. Além disso, a madeira usada é de reflorestamento e os tijolos ecológicos foram feitos com terra da própria fazenda.

Outro exemplo é o Mangal das Garças, em Belém, no Pará, que passou de uma área alagada a um dos locais mais visitados da cidade. O projeto, feito pelo arquiteto e urbanista Paulo Chaves, com paisagismo de Rosa Kliass, trouxe as águas do rio para dentro do parque e respeitou a vegetação nativa predominante na área, complementada por outras espécies da flora amazônica.

Foto Tereza Cidade - Mangal Das Garças

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